20 de março de 2009

27% das empresas no Brasil fecham no primeiro ano

Do G1

A empresária Andrea Mesquita foi à feira de empreeendedores de Caruaru, em Pernambuco, em busca de idéias para um novo negócio. Um dos vendedores do local deu algumas sugestões: "temos máquina para churrasquinho, churros, sorvete e caldo de cana”, declarou ele.

Para Andrea, todas as sugestões são bem-vindas. Só um negócio ela não quer de jeito nenhum: voltar para a padaria. “Nunca mais, nunca”, diz ela, que afirma ter “perdido muito”. Andrea quebrou. Teve restaurante, choperia e ganhou dinheiro. A sorte virou quando comprou uma padaria. Mas ela não vai desistir. “Antes de quebrar eu tive alguns êxitos, então a coisa não tá tão perdida. Ainda há esperança”, afirma.

Fracasso
No Brasil, 27% das empresas fecham no primeiro ano de funcionamento, média de um fracasso entre quatro novos negócios. E o índice já foi pior: ele chegava à 35% nove anos atrás, de acordo com o Sebrae. Para o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas, o empreendedor não deve se amedrontar frente a possibilidade de um eventual fracasso.

"Ele tem que ter sempre a coragem, a responsabilidade de enxergar, de conhecer, de receber informações e nunca desistir. Perseverança, isso é o que recomendamos como característica muito fiel daqueles que queiram ter sucesso”, diz Ricardo Tortorella, diretor da entidade.

Burocracia
O risco está sempre presente, em maior ou menor grau, em qualquer negócio, aqui no Brasil e em todo o mundo. Mas, ao montar uma empresa, o brasileiro enfrenta uma dificuldade que tem raízes fortes neste país: a burocracia. Para abrir uma empresa é preciso juntar 14 documentos, inscrições e senhas. Se for uma loja, por exemplo, o processo pode demorar dois meses. Para uma industria, a papelada só fica pronta em seis meses.

O empresário Gustavo Barbedo enfrentou esse pesadelo ao montar uma fabrica de roupas para ciclismo, 18 anos atrás. Nos primeiros dois anos, sem dinheiro para se legalizar, funcionou na clandestinidade. Agora, com a fábrica estruturada, abriu filial nos Estados Unidos e descobriu que tudo é muito mais facil por lá.

"Não tem nem comparação. Lá dei entrada num dia nos papéis, e dois dias depois estava tudo pronto para funcionar”. E os impostos? “O único imposto que a gente paga é quando o sócio retira dinheiro da empresa e aí paga imposto de renda."

Em um ambiente mais favorável aos negócios, Barbedo poderia ampliar a fábrica e empregar mais costureiras. Hoje são vinte, todas registradas. "Estou satisfeita porque estou trabalhando”, diz uma delas. "Aqui já tem a garantia de carteira assinada. Ainda mais agora que eu estou grávida. Para mim é melhor”, completa funcionária Luciana Ponciano.

Fonte: PEGN

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