30 de março de 2009

Trabalhamos menos do que os hermanos

Brasil x Argentina: trabalhamos 173 horas a menos

A jornada de trabalho no Brasil é uma das menores da América Latina, segundo pesquisa feita pela ABRH-Nacional. No Brasil, a cada ano, trabalhamos 173 horas a menos do que os argentinos e 404 horas a menos do que os mexicanos. Tanto aqui, como na Venezuela e na Guatemala, a duração do trabalho é de 40 horas semanais. O único país com carga horário de trabalho menor do que a nossa é o Equador, com 40 horas por semana. Já no Uruguai, a legislação admite jornadas diferenciadas. Os trabalhadores do comércio atuam por 44 horas/semana e os da indústria trabalham 48 horas semanais. A definição de horário noturno, que custa mais às empresas, é diferente no Brasil e nos outros países da América Latina.

Aqui, considera-se horário noturno a jornada entre 22h e 5h. Já no Equador, o trabalhador noturno é aquele que atua entre 18h e 8h. “O fato do Brasil apresentar menos horas de trabalho noturno por dia tem impactos na remuneração dos trabalhadores, uma vez que o trabalho nesses períodos custa mais para as empresas”, afirma Carlos Pessoa, vice-presidente de relações trabalhistas e sindicais da ABRH-Nacional, coordenador da pesquisa.


Horário de almoço

Outro diferencial está no período determinado às refeições. No Brasil, a legislação determina um intervalo mínimo de uma hora e um máximo de duas horas para alimentação e descanso, sendo que esse período não está incluído na jornada de trabalho. Em países como Chile, México, Guatemala e Venezuela o horário de alimentação e descanso é de 30 minutos diários, mas este tempo é considerado como parte da jornada diária.

Férias

O Brasil também destoa dos demais países da América Latina quando o assunto são as férias. Somos o único país que fixa férias iguais para todos os empregados, desde que completem um ano de casa e ainda com um adicional de 33% sobre o salário. Segundo Pessoa, na Argentina, para um trabalhador ter direito a férias de 28 dias ele precisa estar na empresa há pelo menos 10 anos, algo similar ao que ocorre no Paraguai. Na Bolívia, para ter direito a um mês de férias o trabalhador tem que completar, antes, 30 anos de trabalho. “Essa diferença de tratamento faz das férias no restante da América Latina um fator de recompensa, ao contrário do que ocorre no Brasil”, afirma Pessoa.

Fonte: PEGN

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