Estudo aponta que as classes D e E lideram o aumento do consumo de itens básicos nos últimos anos.
A economia brasileira conhecerá um novo perfil de consumo em 2009. É o que mostra o estudo “Comportamentos de Consumo das Classes Sócio-Econômicas”, realizado pelo Instituto de Pesquisas Fractal, cujos resultados já consideram a influência causada pela crise financeira mundial. “Cada vez mais exigente e racional, o consumidor está em busca da qualidade suficiente, muito sensível a preço e consciente no exercício de seu poder de compra”, afirma Celso Grisi, diretor-presidente da Fractal.
De acordo com a pesquisa, a demanda das classes mais baixas (D e E) se apresenta ativa nos setores de alimentos, produtos farmacêuticos, vestuário, eletrodomésticos, construção civil, higiene/limpeza e cosméticos. "Esse segmento de renda inferior concentra seus recursos financeiros em itens básicos", afirma Grisi. A classe E é aquela com renda familiar mensal média de R$ 329, enquanto a da classe D é de R$ 573. "Quando observamos o aumento do consumo de bens essenciais, nos últimos anos, falamos das classes baixas. A classe apresentou aumento, e significativo nos produtos de luxo e nas marcas premium. Esses itens de luxo continuam apresentando aumento, mesmo após a crise, até porque essas despesas representam um percentual relativamente baixo quando comparado a renda do indivíduo da Classe A1 e parte da A2", destaca o especialista.
Ao analisar as classes C e B, cuja renda familiar mensal média é de R$ 861 a R$ 1.318 no primeiro caso, e de R$ 2.256 a R$ 3.994 no segundo, os gastos em 2009 ultrapassarão o básico, mas com determinadas restrições. A intenção se focará em imóveis (aquisição ou troca), construção civil (construção de imóvel), entretenimento e cultura, e alimentos. "Neste último caso, a atitude estará mais defensiva, aumentando as idas ao supermercado, diminuindo o tíquete médio da compra, além da troca de marcas para as mais baratas, bem como a procura por embalagens múltiplas com menor número de unidades”, diz o empresário da área de pesquisa de mercado.
Outros gastos listados no estudo cujos consumos deverão manter-se ativos nessas classes são eletrodomésticos e vestuário (para reposição), enquanto estarão em redução no consumo de serviços, como escola, dentista e saúde. "Em carros, as classes C e B comprarão usados em bom estado ou novos, com prioridade para modelos econômicos. É preciso lembrar que o consumo dessa parcela da população é muito dependente de crédito e, portanto, guardará relação com a oferta de financiamentos de seus preços e prazos”, complementa Celso Grisi.
Já no topo da pirâmide, as pessoas da classe A1, com renda familiar mensal média de R$ 14.950, direcionarão seus gastos em 2009 para o turismo interno, em detrimento do externo, por conta da desvalorização do real frente ao dólar. Além disso, a demanda será maior para marcas premium, carros importados, imóveis (para reserva de valor), segurança e as despesas no domicílio, já que a taxa de permanência no lar deverá aumentar, de acordo com o levantamento.
Fonte: Fractal – Forma, Acaso e Dimensão
HSM Online
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